A FGV IBRE lançou o IVAR, índice de variação de aluguéis residenciais, que se espera que seja uma importante adição ao conjunto de índices de preços utilizados hoje pelo mercado imobiliário brasileiro.
O novo índice é muito bem-vindo para o mercado imobiliário, lembrando que o IGPM em Maio 2021 atingiu 37%. Ou seja, de longe representa a dinâmica real do mercado. Aliás, nem mesmo na teoria nunca fez o menor sentido reajustar os contratos de aluguel por um índice de atividade econômica como feito historicamente desde a década de 80.
A dificuldade em prever a inflação dos aluguéis sempre foi um problema que afeta as negociações de milhões de contratos e também a análise macroeconômica em diversos aspectos, incluindo até o fiscal.
Como o IVAR será calculado? O indicador é calculado com base em dados coletados de contratos assinados por inquilinos e locatários de quatro capitais brasileiras: São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, considerando os dados de aproximadamente 10 mil imóveis por mês, através de dados compartilhados por administradoras e imobiliárias.
A adoção do índice não é obrigatória. Imobiliárias e proprietários podem decidir entre usar ou não o indicador para os contratos.
Uma outra vantagem da criação deste índice, é que os o IVAR acompanhará exclusivamente os contratos residências. Visto que a variação da realidade entre aluguéis residencial e comercial é enorme, o IVAR será um índice mais fidedigno para a avaliação de potencial de retorno financeiro.
No entanto, o novo índice precisará de um tempo de “amadurecimento” já que o mercado imobiliário brasileiro possui realidades muito distintas de acordo com a localidade. Ainda assim, tem maior potencial de tornar-se um índice mais próximo de refletir a realidade da dinâmica imobiliária do que o IGP-M ou IPCA.
Bem, mas se você acha que o IVAR impactará apenas o mercado de aluguel, você se está enganado. Agora os dados sobre retorno de investimento estarão mais assertivos e informação traz clareza e maior segurança na tomada de decisão do investidor. Ou seja, uma mudança que a médio prazo, impactará positivamente toda a cadeia.